O
professor pediu o material de desenho, a custo o pai de Luislinda conseguiu
comprar um, meio remendado. Pois bastou o professor ver o material para
magoá-la para sempre. “Menina, deixe de estudar e vá aprender a fazer feijoada
na casa dos brancos”. Ela chorou, ainda se emociona quando relembra, 58 anos
depois. Mas tomou coragem e retrucou: “Vou é ser juíza e lhe prender”. A
primeira parte, ela cumpriu. Em 1984, a baiana Luislinda Valois Santos
tornou-se a primeira juíza negra do País. Não à toa, também foi quem proferiu a
primeira sentença contra racismo no Brasil. Em 28 de setembro de 1993, condenou
o supermercado Olhe Preço a indenizar a empregada doméstica Aíla de Jesus,
acusada injustamente de furto. Aos 67 anos, lança em agosto seu primeiro livro,
O negro no século XXI.
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